terça-feira, 31 de maio de 2011

Alegre-se  ao ver que  ao seu redor existem pessoas diferentes de você, mtas vezes pode-se extrair delas o que nos falta .

Caroline Gomes .

terça-feira, 26 de abril de 2011

Crônica do Amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
 
( Arnaldo Jabor )

quarta-feira, 30 de março de 2011

Vai muito além!





Como são lindos aqueles olhos claros, aqueles olhos cor de mel, aqueles olhos negros e sem falar naquele sorriso tão lindo; com aqueles dentes brancos, cada um posto em seu devido lugar, e quão belo é aquele porte de Hércules, ou aquelas curvas tão perfeitas, ou ainda o conjunto de tudo isso, e em uma perfeita simetria; e o que seria da tua beleza se eu fechasse os meus olhos pra você? Porque tudo isso o que vejo em ti me são apenas portais... Portais para o que de bom ou de ruim transpareça, ou então seremos aqueles manequins de lojas, possuem corpos sob medida, contudo em seus corpos não há calor, o cabelo é artificial, não há cheiro, o toque é seco, não existe sensações, e olhar? Lamento, mas se “o olhar é a janela da alma”... Uma expressão tanto repetitiva como verdadeira, já que os olhos transmitem o que se passa na essência, mesmo quando a boca diz o contrário, em manequins não se encontra isso, mas pode-se encontrar olhos de todas as cores, mas nenhum deles vai descrever os teus estados de espirito, mas, são aceitos pela sociedade, já que eles se encacham nos padrões de beleza, compre um, ou ache–os em meio a sociedade, ou em qualquer lugar, sempre há algum vos enganando fingindo ser gente, e pessoas treinando para se tornarem manequins, ingênuos! há vários e vestidos como lhe agrade, eles podem estar ao seu lado, mas não lhe serviram de abrigo, porque neles, nada há, nada transcende. Não vão segurar as tuas quedas, nem enxugar as tuas lagrimas, nem irão pular ao vê tuas vitórias, e por mais belo que sejam os sorrisos, nunca irão lhe sorrir com candura. Tudo isso pode te agradar, por um momento, depois vai passar, e pode também não passar se você for igual a um deles, em que nada há, nada se sente, só vos resta aplaudir o vazio.

(Autoria: Anne Caroline G. M)


“A beleza é a única coisa preciosa na vida. É difícil encontrá-la - mas quem consegue  descobre tudo.”
     
   (Charles Chaplin)




sábado, 26 de março de 2011



Antoine de Saint-Exupéry

(...) "E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia - disse a raposa.
- Bom dia - respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho.
- Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Vem brincar comigo - propôs o princípe - estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa - disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras?
- Procuro amigos - disse. - Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida - disse a raposa. - Significa "criar laços"...
- Criar laços?
- Exatamente. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessiddade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! - disse ela.
- Bem quisera - disse o principe - mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
- Os homens esqueceram a verdade - disse a raposa. - Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."